Foto: http://www.flickr.com/photos/adrimiyuki/2569726215/
Em meio aquelas tantas canetas e lápis coloridos (infinitas possibilidades), ela demorou algum tempo para descobrir como iria começar a enfeitar o papel em branco que estava disposto na mesa. Pensou primeiro num campo com flores e pernas trançadas, depois pensou num céu multicolorido lembrando das tardes que passava na beira da praia, mas resolveu dançar com o desenho da despedida. Lenços brancos segurados por mãos tão finas desgastadas pela química dos sabãos das roupas e lágrimas que não paravam de escorrer dos olhos já cansados de tanto enxergar a saudade: essa era Beatriz, completamente apaixonada, transbordando das lembranças mais lindas que uma jovem poderia ter. No trem azul que soltava a fumaça parda logo em seguida, estava o seu coração e ele tinha um nome: Téo. O sol iluminava a estrada de ferro que cortava a mata fechada e a cada apito distante da maria-fumaça, a alma de Beatriz se contorcia e chegava cada vez mais perto do escuro... Era amor demais indo pra tão longe, pra o outro lado da sua presença.
O desenho tinha ganhado contornos que a sua autora jamais imaginaria e as cores começaram a entrelaçar-se entre a realidade e aquilo que ela um dia sonhara, era tudo grande demais.
sexta-feira, 17 de julho de 2009
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4 comentários:
e o sol pega o trem azul. lindo (L)
caramba, adorei o texto.
Como vc escreve bem...
Relembrando o que você me disse certa vez (e você sabe bem o quê), eu digo:
Assim como as fotos podem ser pra mim, as palavras são muito pra você.
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