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domingo, 14 de setembro de 2008

Ensaio Sobre A Cegueira, 2008


Enfim, vi "Ensaio sobre a cegueira" e posso dizer com segurança que estou plenamente satisfeita. Sempre confiei muito no taco de Fernando Meirelles e ele nunca me decepcionou, principalmente agora, que eu mais precisava dele (;D).
Li o livro um pouco antes do filme ser lançado e esperava a melhor adaptação possível, já que todos diziam que trazer para as telas uma proposta de uma cegueira seria algo impossível de ser bem realizado, mas ele conseguiu.
Enxerguei naquelas duas horas de filme, o desespero que senti no livro, a vontade desesperada de querer (ou não) enxergar naquele meio de cegos. Deparei-me com cenas lindas, com a mudança dos corredores do hospício abandonado, das pessoas peladas esbarrando-se nos cantos, da crueldade humana, do instinto de sobrevivência e da luta pela lucidez da mulher do médico, a única que enxergava no local.
Claro que, quando li o livro, prestei e dei mais atenção a certas cenas que o direitor não se ateve tanto, mas tudo isso é questão de ponto de vista e de coração. Queria muito destacar aqui, a cena da canção que, na minha opinião, foi a mais linda de todas, é com a música que se muda o mundo, e o olhar de dentro, o que nunca fica cega.
Perder este sentido, que nos parece tão essencial atualmente, faz com que o ser humano aproxime-se da sua essência, restringindo-se (ou não) ao cheiro, ao sabor, ao tato e ao instinto puro e cru da existência. Com o olhar, podemos estabelecer preconceitos e atribuições equivocadas do mundo, das pessoas e até mesmo de nós e no momento que isso é perdido, a Verdade (com letra maiúscula mesmo) aproxima-se e arranca tudo o que foi pré-estabelecido.

Um comentário:

Ginha disse...

"pré-estabelecido anteriormente."

PLEONASMO!